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Na fase escolar, muitas crianças enfrentam desafios para aprender a ler ou até mesmo para falar corretamente. Esse problema é conhecido como dislexia. Trata-se de um distúrbio que precisa de compreensão e apoio, que nem sempre é oferecido nas escolas ou em casa.
A British Dyslexia Association revelou que cerca de 70% dos profissionais da saúde e da educação não têm clareza sobre a dislexia. Isso faz com que a criança se sinta inferior aos colegas e mais suscetível ao bullying.
Muitas vezes, o que parece ser preguiça ou desinteresse são, na verdade, sintomas de dislexia, o que atrasa o diagnóstico. Pais e professores devem aprender mais sobre o transtorno e seus sinais, para oferecer o apoio adequado a quem precisa.
O que é dislexia?
A dislexia é um transtorno que afeta como a pessoa processa a linguagem, dificultando leitura, escrita e ortografia. Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, a dificuldade principal é na identificação de letras e sons correspondentes, levando a erros ao ler ou escrever.
A psicóloga Rosângela Casseano ressalta que a dislexia não está relacionada ao nível de inteligência das crianças. Elas podem ter inteligência normal ou até acima do normal. Porém, o transtorno pode causar frustração e dificuldades no desempenho acadêmico.
A dificuldade em reconhecer palavras pode trazer problemas na fluência da leitura e na escrita. Cada pessoa é única: alguns podem ter desafios diferentes. Se o diagnóstico for precoce e houver intervenções corretas, é possível melhorar o aprendizado e o desenvolvimento acadêmico.
Sintomas da dislexia
Os sintomas da dislexia podem variar muito entre as pessoas. Nem todo mundo com dislexia vai ter os mesmos sinais. Mas alguns sintomas frequentes são:
- Dificuldade de concentração;
- Demora para falar ou aprender a ler;
- Dificuldade para aprender músicas e rimas;
- Falta de foco e concentração;
- Pouca variedade no vocabulário, dificultando a conversação;
- Problemas de coordenação motora e confusão entre direita e esquerda;
- Desorganização nas atividades do dia a dia;
- Dificuldade para resolver quebra-cabeças.
Tipos de dislexia
A dislexia pode aparecer de várias formas, dependendo da pessoa. Com base nos sintomas, existem tipos diferentes, como a visual, a auditiva e a mista. Saber o tipo é importante para escolher o tratamento certo. Veja os principais:
Dislexia visual
Essa dislexia diz respeito à dificuldade de entender informações visuais. Pessoas com esse tipo frequentemente confundem letras e palavras, levando a erros como trocar “b” por “d”. Essa confusão pode atrapalhar a leitura e atividades que exigem habilidades visuais.
Dislexia auditiva
A dislexia auditiva envolve problemas na percepção e processamento dos sons. Isso dificulta a fala, a leitura e a aprendizagem de músicas. As pessoas com esse tipo têm dificuldade em relacionar sons às letras, o que atrapalha a compreensão das palavras.
Dislexia mista
A dislexia mista combina características das dislexias visual e auditiva. Assim, a pessoa enfrenta problemas tanto na percepção visual quanto no processamento auditivo. Essa situação exige uma abordagem mais ampla, com intervenções específicas para ajudar na leitura e escrita.
O que causa a dislexia?
Não há uma resposta definitiva sobre as causas da dislexia, mas acredita-se que fatores genéticos possam estar envolvidos. Essas mutações genéticas podem causar desordens no cérebro, afetando o desenvolvimento do sistema nervoso central.
Além disso, a dislexia tende a ser mais comum em meninos do que em meninas. Os sinais do transtorno costumam ser notados ainda na infância.
Diagnóstico
Pais e professores devem ficar atentos ao comportamento da criança e perceber se ela tem dificuldade em acompanhar a aprendizagem normal. É importante buscar um neurologista ou psicólogo especializado. Um diagnóstico bem feito evita confusões com outros transtornos, como o TDAH.
O médico pode realizar exames para avaliar audição, visão e fluência verbal, ajudando a confirmar se realmente se trata de dislexia. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor para o desenvolvimento da criança.
Um diagnóstico tardio pode afetar a vida da criança, como sua autoestima e bem-estar emocional. Quando a criança é rotulada de forma errada, pode receber intervenções que não são adequadas, aumentando frustrações.
Tratamento
Atualmente, não existe uma cura para a dislexia. É uma condição, não uma doença. Isso significa que, embora não possa ser curada, pode ser administrada. O acompanhamento adequado ajuda a melhorar a qualidade de vida.
Incluir fonoaudiólogos e psicopedagogos na rotina pode ajudar bastante. Esses profissionais propõem atividades para estimular a criança. É importante que pais, familiares e professores ofereçam apoio, com paciência e compreensão, para que a criança aprenda do seu jeito.
Diferença entre dislexia e TDAH
Dislexia e TDAH podem ter sintomas parecidos, como falta de atenção, mas são transtornos diferentes com causas e tratamentos distintos. O TDAH é um transtorno comportamental que envolve desatenção e hiperatividade.
Pessoas com TDAH têm dificuldade em focar durante as tarefas, mas isso não está relacionado a dificuldades de leitura ou escrita. O tratamento é diferente: enquanto a dislexia precisa de intervenção pedagógica focada em leitura, o TDAH pode exigir intervenções comportamentais e, em alguns casos, uso de medicamentos.
Dislexia na vida adulta
Na vida adulta, os sintomas de dislexia podem ser mais sutis, mas ainda geram desafios, como ler documentos e se organizar. Adultos disléxicos podem ter dificuldade em cumprir prazos ou manter a produtividade no trabalho.
Muitos aprendem a desenvolver estratégias para lidar com esses desafios, especialmente se forem diagnosticados mais cedo e receberem apoio. A dislexia não desaparece, mas pode ser administrada com ferramentas e adaptações adequadas.
