Você sente formigamento, dor ou fraqueza na mão e não sabe se precisa operar? A compressão do nervo mediano costuma atrapalhar tarefas simples, como segurar uma xícara ou digitar. Nem sempre a cirurgia é a primeira opção, mas em alguns casos ela é a melhor forma de recuperar função e reduzir dor.
Este artigo explica de forma direta quando a cirurgia é indicada, quais sinais sugerem intervenção e o que esperar antes e depois do procedimento. Vou usar exemplos práticos e um guia passo a passo para você conversar com seu médico com mais segurança.
O que é a compressão do nervo mediano?
A compressão do nervo mediano ocorre quando há pressão dentro do túnel do carpo, no pulso. Esse nervo controla sensibilidade e parte da força do polegar e dos dedos.
As causas são variadas: movimentos repetitivos, retenção de líquidos, alterações hormonais, lesões ou anatomia do próprio túnel. Em algumas profissões a chance aumenta, mas qualquer pessoa pode desenvolver o problema.
Sintomas que não devem ser ignorados
- Formigamento e dormência: principalmente em polegar, indicador e médio, mais frequentes à noite.
- Dor: que pode irradiar para o antebraço e piorar ao segurar objetos.
- Perda de força: dificuldade para segurar objetos pequenos, abrir potes ou abotoar roupas.
- Atrofia: em casos avançados, achatamento da musculatura na base do polegar.
Diagnóstico: o que o médico avalia
O diagnóstico começa com a história clínica e exame físico. Testes simples, como o teste de Phalen e o sinal de Tinel, ajudam a identificar irritação do nervo.
Exames complementares podem incluir eletroneuromiografia para medir a condução nervosa e ultrassom para avaliar estruturas do túnel do carpo.
Quando a cirurgia é indicada
Nem todo caso exige cirurgia. Tratamentos conservadores funcionam bem nos estágios iniciais. A cirurgia é indicada quando os sintomas não melhoram ou existem sinais de dano nervoso progressivo.
Veja situações em que a cirurgia costuma ser recomendada:
- Persistência dos sintomas: dor e formigamento que não cedem após tratamentos conservadores por 6 a 12 semanas.
- Fraqueza progressiva: perda de força que prejudica atividades diárias.
- Atrofia muscular: sinais de dano nervoso crônico, como perda de volume na base do polegar.
- Resultados de exame: eletroneuromiografia mostrando bloqueio significativo da condução.
Exemplo prático
Maria trabalha como costureira e sentia formigamento noturno há meses. Tentou tala, fisioterapia e anti-inflamatórios sem melhora. Ao apresentar fraqueza para segurar a agulha, o médico indicou cirurgia. Depois de 6 semanas de recuperação, ela voltou ao trabalho com menos dor e melhor sensibilidade.
Tipos de cirurgia
Existem duas técnicas principais: aberta e endoscópica. Ambas têm como objetivo aliviar a pressão sobre o nervo, cortando o ligamento que fecha o túnel do carpo.
- Cirurgia aberta: incisão no punho para visualizar e liberar o nervo diretamente.
- Cirurgia endoscópica: pequenas incisões e uso de câmera, com recuperação às vezes mais rápida.
A escolha depende da preferência do cirurgião, anatomia do paciente e fatores clínicos. Procure um especialista em cirurgia de mão e punho para discutir a melhor opção no seu caso.
O que esperar antes, durante e depois da cirurgia
Antes do procedimento, prepare-se com orientação sobre medicação, alimentação e transporte. A cirurgia é geralmente rápida, feita com anestesia local, regional ou geral, conforme o caso.
No pós-operatório imediato pode haver dor e inchaço. O imobilizador ou tala protege a área nas primeiras semanas. Fisioterapia costuma ser indicada para recuperar mobilidade e força.
Recuperação varia: algumas pessoas retornam a atividades leves em dias, e trabalhos que exigem esforço manual podem levar 6 a 12 semanas.
Riscos e expectativas realistas
Como todo procedimento, há riscos: infecção, cicatriz dolorosa, persistência ou piora da dor e, raramente, dano ao nervo.
Na maioria dos casos, a cirurgia traz alívio significativo dos sintomas e melhora da função. Mas resultados dependem do tempo de compressão e do estado do nervo antes da cirurgia.
Guia passo a passo para decidir pelo tratamento
- Reconheça os sintomas: identifique formigamento, dor e perda de força.
- Busque avaliação: consulte um médico para exame físico e exames, se necessários.
- Tente tratamentos conservadores: repouso, talas, fisioterapia e ajuste de atividades por semanas conforme orientação médica.
- Avalie resposta: se não houver melhora ou se houver piora, considere cirurgia.
- Discuta opções: converse sobre técnicas cirúrgicas, recuperação e expectativas com seu cirurgião.
Quando não operar
Como enfatiza o Dr. Henrique Bufaiçal, ortopedista com consultório em Goiânia e especialista em mão, cuja fama nacional está atrelada ao uso de técnicas minimamente invasivas, se os sintomas são leves, intermitentes e respondem bem às medidas conservadoras, a cirurgia pode ser evitada. Mudanças ergonômicas no trabalho e uso de talas noturnas frequentemente resolvem o problema.
Resumindo, a compressão do nervo mediano: quando a cirurgia é indicada depende da gravidade, da duração dos sintomas e da resposta a tratamentos conservadores. A cirurgia é mais indicada quando há fraqueza progressiva, atrofia ou falha de tratamento não cirúrgico.
Converse com seu médico, aplique as dicas aqui e considere a cirurgia se os sinais de dano nervoso aparecerem. Aplique as dicas e procure ajuda para decidir o melhor caminho.
Perguntas frequentes
Quanto tempo leva a recuperação completa? A resposta varia, mas 6 a 12 semanas é comum para retomar tarefas manuais. Trabalho leve pode voltar antes.
Cirurgia dói muito? A dor pós-operatória é controlada com medicação e tende a diminuir nos dias seguintes. Movimento precoce, conforme orientado, ajuda na recuperação.
